Previdência: centrais debatem convocação de greve geral contra reforma
Gabriella Oliveira
Força, Central Única dos Trabalhadores, Central dos Trabalhadores do Brasil, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil. União Geral dos Trabalhadores, Nova Central e Central dos Sindicatos Brasileiros

A primeira reunião das seis maiores centrais sindicais do país após a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) vai começar com um chamado a greve geral.

O presidente da Força, Miguel Torres, defende a articulação de uma grande paralisação, que terá inicio assim que o governo apresentar sua proposta de reforma da Previdência, o que deve acontecer no início de fevereiro. “Existem fortes indícios de que as mudanças na Previdência serão feitas de forma a poupar determinadas categorias, em especial os militares”, diz Torres.

O sindicalista diz ainda que está claro que será uma reforma para manter privilégios e prejudicar os mais pobres. “Não tem condições de o trabalhador pagar o pato de novo”. O dirigente sindical questiona a distinção que vem sendo aventada aos militares. Os sinais, afirma Torres, são de que os integrantes das Forças Armadas continuarão “se aposentando mais cedo e com salários mais altos”.

Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a ideia é começar uma mobilização com os trabalhadores para que seja possível articular uma grande paralisação, caso necessária.

Segundo ele, as centrais devem esperar o presidente encaminhar a proposta de reforma para o Congresso Nacional e a partir disso começar o movimento de paralisações.

Além da Força, Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) devem participar da reunião nesta terça-feira na sede do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em São Paulo.

Em 2017, durante a tramitação da reforma da Previdência do ex-presidente Michel Temer na Câmara, as centrais fizeram ao menos dois grandes atos. Um em abril, com a paralisação de transportes, bancos e outras categorias em diversas capitais do país e em maio com a presença de 100 mil trabalhadores, segundo os organizadores, em Brasília.

No governo do Temer nós conseguimos frear a reforma de ir a votação com essas paralisações. Agora, precisamos de uma articulação forte para podermos discutir quando a reforma chegar”, afirmou Juruna.

O texto de Temer foi aprovado em comissão especial, mas não chegou a ser votado em plenário.

A proposta de reforma da Previdência ainda não foi anunciada pelo governo Bolsonaro mas deve fixar uma idade mínima e implantar um sistema de capitalização para novos trabalhadores. Há a possibilidade do governo utilizar parte da proposta de Temer, que fixa a idade em 65 anos para os homens e 62 anos para as mulheres.

Força Sindical, com informações Folha SP e Revista Veja

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