Acontecimentos no mercado que afetam os comerciários.
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Movimento em Porto Alegre cresce às vésperas do Natal
por Gabriella Oliveira |
Shopping centers e até lojas de rua encararam o maior movimento no fim de semana em Porto Alegre como um alento em um ano de queda em vendas. Os últimos quatro dias antes do Natal devem canalizar mais expectativas de lojas para bater metas (ou chegar perto) e tentar seduzir clientes com promoções. O fluxo aumentou mais que o esperado no sábado e ontem frente aos demais dias do mês, segundo a Câmara de Dirigentes
Lojistas da Capital (CDL-POA), e as famílias buscaram estratégias, como evitar parcelamentos para não entrar com dívidas em 2016, reduzir a lista de presenteados e priorizar itens úteis e lembrancinhas.
O presidente da CDL-POA, Gustavo Schifino, enquadrou os últimos dois dias como "de reação". Para o dirigente, é possível que a projeção de empatar com a data de 2014 possa até mudar um pouco e ficar positivo, com elevação de 2% nominais, perdendo para a inflação.
Estou bem esperançoso. As lojas que estão aproveitando a oportunidade, baixando preços, estão vendendo", avisa o presidente da CDL-POA, que espera ver a expectativa de receita de quase R$ 400 milhões com o Natal ficar um pouco acima da cifra. "As pessoas seguraram o que deu até agora e querem trocar presentes, para amenizar a dificuldade do ano", atribui Schifino.
Agora chega", disse o administrador Francisco Monteiro, com bom humor, segurando seis sacolas de presentes, enquanto sua mulher, a escrevente Jussara, ainda fazia planos para comprar mais alguns itens. O casal foi ao Shopping Praia de Belas ontem para tentar liquidar a lista de presentes, que alcança familiares mais próximos, de filhos a neto. "Separamos parte do 13º salário para esses gastos, e se sobrar um dinheiro, melhor", acalenta Monteiro. Jussara disse que está pesquisando mais e comparando preços este ano.
Os corredores no Praia de Belas indicaram diferentes comportamentos. A maioria ostentava poucas sacolas. A professora Cintia Passos e o namorado Alexandre Furlan foram trocar notas pelo brinde promocional um panetone. "Compramos presentes só para nós", disse Cintia, crítica do apelo consumista da data.
Já as irmãs Paula e Magda Vais estavam terminando a lista de contemplados na família e contaram que este ano serão menos presentes, com prioridade para lembrancinhas.
Não está fácil. Sou comerciária, a loja onde trabalho está vendendo menos e minha comissão será menor", avisa Paula.
O gerente da Luigi Bertolli, Juarez Cardoso, apontou que os itens com descontos são os mais solicitados. "As pessoas pesquisam muito, entram, saem, voltam e compram o que tem preço mais baixo", reforça. Na filial, o fluxo maior contrasta com a queda de 30% na venda até agora. Este ano a loja contratou menos da metade da mão de obra temporária. "Os próximos dias são nossa esperança, vamos continuar com promoções", projeta.
Nos últimos dias, o debate sobre o fim da escala de trabalho 6x1 e a possibilidade de um modelo mais humanizado, com três dias de folga por semana, voltou ao centro das discussões. Esse é um tema que o Sindec-POA apoia e luta há décadas para que se torne realidade, não só pela sua importância social, mas por representar um avanço concreto nas condições de vida dos trabalhadores.
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