Ministério confirma trabalho escravo na Renner em São Paulo e no Rio Grande do Sul
Gabriella Oliveira

Investigações duraram três meses, diz Ministério do Trabalho e Emprego.

Auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) resgataram trabalhadores que produziam para a Renner e que eram mantidos em condições análogas às de escravidão, segundo informações divulgadas pelo órgão nesta quinta-feira (27). Os resgates aconteceram em São Paulo e no Rio Grande do Sul.

Procurada pelo G1, a Renner informou que as situações de irregularidade apontadas pelo MTE são relacionadas a uma oficina contradada por dois fornecedores da empresa. "Todos os fornecedores da Companhia assinam contratos em que se comprometem a cumprir a legislação trabalhista vigente, bem como um Termo de Compromisso e Conduta Responsável que proíbe qualquer tipo de violação aos dispositivos legais", disse a Renner. A empresa diz que foi informada sobre a fiscalização do MTE no dia 11 de novembro e, na mesma data, "notificou os fornecedores para regularização imediata da situação trabalhista dos empregados". A empresa afirma ainda que a ocifina fiscalizada fica em São Paulo, e não possui unidades no Rio Grande do Sul.

Segundo a Renner, a oficina onde trabalhavam os empregados deu baixa em todas as carteiras de trabalho, pagou as verbas rescisórias e liberou o FGTS. Em seguida, foi descredenciada pelos dois fornecedores, que garantiram "a admissão destes trabalhadores em suas operações, com pagamento das indenizações trabalhistas fixadas pelo MTE". A empresa diz que "está revisando e aperfeiçoando o processo de auditoria e certificação de fornecedores".

Segundo o MTE, as investigações duraram três meses e foram feitas em conjunto com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Defensoria Pública da União. Os detalhes sobre a situação dos trabalhadores e os autos de infração aplicados serão detalhados na sexta-feira (28) em coletiva de imprensa na sede da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), com a presença de representantes dos órgãos que integram a Força Tarefa.

"Estes fatos contrariam frontalmente os valores empresariais da Lojas Renner, que manifesta a sua total indignação com essas ocorrências, uma vez que não aceita e não tolera nenhuma situação de precarização do ambiente de trabalho de seus fornecedores. A Companhia se mantém à disposição do Ministério do Trabalho e Emprego e do Ministério Público do Trabalho", finaliza a empresa em nota.

Fonte: G1

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