I CEETD - GTs da I CEETD revelam avançada capacidade de diálogo dos trabalhadores; Votação das propostas é agitada
Jousi Quevedo

A maioria dos diretores da Força Sindical-RS, Sindec-POA e Fetracos participaram do GT 7 - Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda e Educação Profissional.

A apresentação das propostas dos grupos de trabalho da I CEETD RS ocorreu na plenária da tarde com seis membros de cada bancada - trabalhadores, governo e empresários - na mesa principal do evento.

A representante da Secretaria Estadual do Trabalho e Desenvolvimento Social deu os informes dos procedimentos da plenária e após foi iniciada a leitura das propostas grupo a grupo. Os encaminhados estão sendo votados um a um em cada grupo pelo público tripartite presente.

Dentre as propostas mais polêmicas aprovadas na Conferência foi a reducação da jornada de trabalho para 40 horas sem redução salarial. A proposta será encaminhada para Conferência Nacional do Trabalho Decente. Já a proposta dos empresários de aumento de transparência nos gastos públicos do governo foi aprovada praticamente com unanimidade.

A maioria dos diretores da Força Sindical-RS, Sindec-POA e Fetracos participaram do GT 7 - Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda e Educação Profissional; Inclusão Produtiva de grupos vulneráveis. Dentre as propostas, destacaram-se:

  • delegar aos municípios ação fiscaliztória nas relações de trabalho e emprego; - abertura de concurso público e fortalecimento da estrutura do Ministério do Trabalho e Emprego para exercer a fiscalização;

  • ampliar investimento em longo prazo para desenvolver políticas industriais sustentáveis, criando e mantendo postos de trabalho de qualidade;

  • regularizar áreas quilombolas;

  • criar mecanismos de inclusão produtiva dos beneficiários dos programas de transferência de renda;

  • desenvolver políticas de inovação que fomente a indústria nacional e substitua processos prejudiciais à saúde;

  • criação e reformulação de cursos profissionalizantes; entre outros.

Participaram o vice-presidente da Fetracos, Dionísio Mazui; o presidente do Instituto Girassol, Marcelo Furtado; o secretário nacional da Juventude da Força Sindical, Jefferson Tiego; e o assessor econômico da Força Sindical-RS, Mário de Lima; a produtora cultural, Sílvia Duarte; a diretora do Sindec Tânia Ruchinsque; o conselheiro do Sindec-POA, João Pereira; o diretor da Força Sindical-RS, Edson Dornelles; e o diretor Chamorro.

A avaliação de Marcelo Furtado sobre os trabalhos foi muito importante, porque cria mecanismos para avaliação do Trabalho Decente. "No Grupo 7 as discussões foram positivas, no sentido da qualidade das propostas a serem discutidas em Brasília", afirmou Furtado, enfatizando a qualificação profissional como medida junto a cursos profissionalizantes.

Conforme Mazui, os trabalhadores demonstraram que estão organizados, já que foi constatada a maioria de suas representações em todos os grupos de trabalho, o que consolida o avanço das questões relacionadas aos direitos dos trabalhadores. "Encaminhamos e defendemos uma pauta unitária proposta pelas centrais de trabalhadores a nível nacional, disse Mazui.

No entendimento do sindicalista, a I CEETD serve como uma ferramenta de aproximação para estabelecer e diminuir assimetrias entre as posições do empresariado de pensamento nacional, os trabalhadores e o governo.

Para Mário de Lima, que integrou o GT 6 - Políticas Macroeconômicas para geração de emprego, o consenso ainda é uma dificuldade nas políticas públicas macroeconômicas, já que segundo o economista no GT não existiu consenso entre trabalhadores, governo e empresários. "A luta de classes persistiu, cada um teve um ponto de vista", informou.

Edson Dornelles, talhado nas lutas pelos metalúrgicos de Gravataí, definiu positivamente as discussões nos GTs. "A experiência de um ambiente de posições tripartites nos exige uma capacidade de dipálogo maior na formulação de propostas dos interesses dos trabalhadores", destacou.

Texto: Josemari Quevedo

Fotografias: Cíntia Rodrigues

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