FST - Janta defende paridade nas restrições ambientais em termos mundiais para não prejudicar o trabalhador
Jousi Quevedo

Para o sindicalista da Força Sindical-RS, os trabalhadores da América Latina em geral são mais onerados que os de outros países.

O presidente da Força Sindica-RS, Clàudio Janta, defendeu que o Brasil e os demais países da América Latina não sejam os únicos a terem de respeitar as leis ambientais. "Por que não há protestos contra a caça de animais marinhos na China enquanto no Brasil pouco se cobra das grandes indústrias que utilizam nossas riquezas naturais?", questionou.

O presidente da central criticou o horário de realização da própria marcha do FST, "totalmente inadequado para o ritmo de Porto Alegre", atrapalhando a saída dos trabalhadores e a volta para casa.

Janta cobrou igualdade de restrições, deveres e direitos, tanto em termos industriais, quanto em regras a serem cumpridas pelas populações.

O presidente da central exigiu na Rio+20 a presença dos governantes mundiais, especialmente os presidente dos Estados Unidos, China, Japão, Alemanha. "Colocar ambientalista para discutir é positivo, mas exigimos a participação de quem realmente toma as decisões", declarou. Além disso, lembrou que os trabalhadores não têm culpa da poluição das indústrias.

"Não adianta inventarem leis, fazerem um carnaval sobre essa questão ambiental. Esse debate deve ser feito de maneira igualitária entre as nações. Apenas o Brasil se preocupar em cumprir regras é pouco", alfinetou, ao lembrar que os maiores poluidores mundiais não são brasileiros.

O Brasil tem condições de se desenvolver, com sua estrutura no campo, industrial e com seu povo trabalhador. "Não podemos aceitar restrições que impeçam o desenvolvimento do país. Há muito o que ser discutido sobre o que é sustentável de fato. E a natureza mundial? Ninguém vai discutir?", provocou.

Conforme o sindicalista, não há decência no trabalho quando o pequeno produtor tem de pagar por licenças como se fosse um grande produtor. Além disso, Janta apontou que as grandes empresas não qualificam seus trabalhadores, deixando categorias despreparadas para os desafios do mercado mundial.

E concluiu: "Temos um grande desafio, de discutir como incluir o trabalhador e garantir Trabalho Decente num mundo de desenvolvimento sustentável. Temos um longo caminho pela frente".

Nair Goulart, da CSI e membro da Força Sindical Bahia, trouxe para o debate os temas que não são consensuais entre os povos, a serem discutidos na Rio+20. Segundo ela, são temas de fundamental importância para os trabalhadores e que correm o risco de tornar a conferência sem efeito se não forem debatidos e negociados.

Texto: Josemari Quevedo.

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