Compras por impulso têm relação com baixa autoestima, diz SPC Brasil
A ansiedade e insatisfação com a própria aparência são os motivos que mais levam os brasileiros a fazerem compras por impulso, segundo estudo do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) divulgado nesta quarta-feira (27). Foram ouvidos 646 consumidores em todas as capitais do país.
O estudo, segundo a entidade, foi encomendado para testar o grau de conhecimento do consumidor sobre finanças e concluiu que, apesar de se considerar preparado, o brasileiro não sabe lidar com o próprio dinheiro, visto que 85% da população faz compras sem planejamento e 74% não possui qualquer investimento fixo, como, por exemplo, a caderneta de poupança.
O levantamento mostra o quanto que fatores "puramente emocionais" interferem negativamente nas contas do consumidor: quatro em cada dez entrevistados (43%) admitem fazer compras por impulso em momentos de ansiedade, tristeza ou angústia. Na avaliação do SPC Brasil, este tipo de consumo descontrolado revela ser um "mecanismo de compensação para suprimir carências que nada têm a ver com o universo material".
Entre os que fazem compras movidas por impulsos emocionais, a ansiedade por um evento que se aproxima (festas, jantares e viagens, por exemplo) é o motivo mais decisivo entre consumidores de classes A e B, acrescentou a entidade. Por outro lado, a baixa autoestima (insatisfação com a própria aparência) é a razão mais citada entre consumidores das classes C e D, acrescentou.
Na busca pelo prazer imediato ou para exibir um estilo de vida que não condiz com a própria renda, o comprador se alivia momentaneamente, sem se importar com o futuro do próprio bolso", declarou a economista do SPC Brasil, Ana Paula Bastos.
42% não conseguem poupar qualquer quantia
O estudo também revela o imediatismo do consumidor brasileiro, pois, segundo o levantamento, quatro em cada dez entrevistados (42%) gastam tudo o que ganham e não conseguem poupar qualquer quantia. Considerando somente consumidores das classes C e D, este percentual é ainda maior, chegando a 53% ante 28% nas classes A e B.
Isso se deve a menor renda disponível nas classes C e D, impossibilitando estas pessoas de guardarem um pouco de seus salários, depois de pagar as contas primárias como aluguel, água, luz e telefone", explica a economista do SPC Brasil.
Fonte: G1