Centrais sindicais pressionam por vetos no projeto de terceirização
Gabriella Oliveira
Pessoas sentadas em um auditório. Homem em pé falando no microfone

Projeto foi aprovado pela Câmara na última 4ª (22.mar); entidades querem impedir terceirização de atividades-fim; trabalhadores querem revogar permissão para terceirizar atividades-fim

Integrantes das 6 maiores centrais sindicais do Brasil (CUT, UGT, CTB, Força Sindical, CSB e Nova Central) elaboraram 1 documento com sugestões de vetos ao texto que regulamenta a terceirização. O projeto foi aprovado nesta 4ª feira (22.mar.2017) na Câmara dos Deputados, e enviado ao Planalto para sanção.

Os trabalhadores querem eliminar do texto artigos que possibilitem terceirizar atividades-fim das empresas. Para eles, deve ser proibido, por exemplo, que uma oficina de conserto de carros contrate serviços de mecânicos terceirizados.

Atualmente, essa prática é vedada. É permitida apenas a terceirização das chamadas atividades-meio, como uma loja de departamentos, cuja principal atividade é a venda de produtos, terceirizar a limpeza de suas dependências.

Atualmente, não há legislação sobre o assunto. As regras são determinadas por decisão do Tribunal Superior do Trabalho –a súmula 331. O projeto aprovado pela Câmara, que deverá ser sancionado pelo presidente Michel Temer, preencherá esse espaço.

Está na mira dos sindicalistas, por exemplo, o artigo 2º da proposta. O dispositivo determina que “a contratante é a pessoa física ou jurídica que celebra contrato com empresa de prestação de serviços determinados e específicos”.

Eles também querem mudanças no trecho: “empresa prestadora de serviços a terceiros, a pessoa jurídica de direito privado destinada a prestar à contratante serviços determinados e específicos”.

A legislação sobre terceirização que será posta em prática ainda pode ter outras mudanças. Há 1 outro projeto sobre o assunto no Senado, já aprovado pela Câmara dos Deputados. Se tiver o aval dos senadores, o Planalto poderá fazer vetos distintos nos 2 textos e montar uma lei diferente.

A flexibilização das relações de trabalho é uma das reivindicações da elite econômica e empresarial, apoiadora do governo Temer. Além dessa mudança, o grupo ainda cobra reforma trabalhista mais ampla e mudanças no sistema previdenciário.

Fonte: Poder 360

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