Centrais Sindicais expõem preocupações com relação aos dissídios coletivos ao MPT-RS
Gabriella Oliveira
oito homens sentados em uma mesa para reunião.

Diretor Claudio Correa representou a Central no encontro

Na manhã de quarta-feira (17), procuradores do MPT-RS (Ministério Público do Trabalho) receberam representantes das centrais sindicais para falar sobre os dissídios coletivos. Os dirigentes das centrais presentes (UGT, CUT, Nova Centra, Força Sindical e CTB), liderados por Guiomar Vidor, presidente da Fecosul e CTB-RS, foram recebidos pelo procurador-chefe Rogério Uzun Fleischmann e os procuradores Beatriz de Holleben Junqueira e Paulo Eduardo Pinto de Queiroz, que acompanham os dissídios dentro do MPT. Também esteve presente o diretor-técnico do Dieese, Ricardo Franzoi.

De modo geral, o encontro serviu para que os sindicalistas pudesses expor suas preocupações com relação ao cenário de negociações que, hoje, encontra-se ainda mais difícil, fruto da intransigência das entidades patronais, que se negam a oferecer o mínimo, isto é, corrigir os ganhos dos trabalhadores pela inflação oficial.

“Nos últimos anos, os empresários ganharam muito e repassaram pouco. Em 2016, mesmo com um momento econômico menos favorável, eles seguem ganhando e não querem repassar nem o mínimo aos trabalhadores. Essa atitude enfraquece o poder de compra do trabalhador e o mercado, isto é, também não é bom para a economia”, afirmou Vidor, que destacou a importância das centrais e o MPT organizarem uma força-tarefa para que esses conflitos possam ser melhor encaminhados.

O diretor-técnico do Dieese, Ricardo Franzoi, apresentou alguns dados econômicos sobre o período em questão e destacou que os empresários já fizeram o ajuste necessário das contas na folha, reduzindo em cerca de 15% os gastos com pessoal, realizando demissões e novas contratações por salários inferiores - chamado rotatividade ou turnover, presente em todos os setores. Outro ajuste nas contas já feito pelo empresários, apontado por Franzoi, é o repasse da inflação aos preços dos produtos e serviços.

Os procuradores Beatriz e Queiroz, que acompanham as negociações, concordaram com os dirigentes sobre as dificuldades em fechar os acordos e pediram que os dados apresentados pelo Dieese fossem encaminhados a eles, a fim de que possam melhor elaborar contra-argumentos na hora dos encaminhamentos. Os procuradores ainda solicitaram maior atenção dos sindicatos na organização e encaminhamento dos documentos à justiça, para o melhor andamento dos processos.

Rogério Uzun Fleischmann, procurador-chefe do MPT-RS, avalia o encontro proposto pela CTB-RS como muito proveitoso. “O MPT, por vezes, é acusado de estar apenas dentro dos gabinetes, desconhecendo a realidade. Hoje, a gente pode ouvir a visão dos trabalhadores, representados pelas suas entidades. Também gostaríamos de ouvir a classe patronal, pois ambos – trabalhadores e empresários – dividem uma mesma realidade. E o MPT existe para entender essa realidade”, afirmou o procurador.

Texto e foto: Juliana Ramiro / Assessoria da Fecosul

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