Centrais sindicais cobram medidas para conter valorização do real
por Jousi Quevedo | As centrais sindicais reclamaram ontem da falta de avanço na negociação de reivindicações trabalhistas com o governo e cobraram ações mais incisivas contra a desindustrialização, que pode gerar desemprego na indústria.
Representantes das principais centrais sindicais do país reuniram-se nesta quarta-feira, durante cerca de três horas, com a presidenta Dilma Rousseff para discutir os impactos da guerra cambial na indústria nacional, que acaba enfraquecida pela falta de competitividade em relação aos produtos vindos do exterior, por causa da valorização do real. Os sindicalistas também pediram mudanças no fator previdenciário e isenção de Imposto de Renda sobre a Participação nos Lucros ou Resultados (PLR).
Continuamos com uma pauta que já foi apresentada à presidenta e não temos nenhuma resposta, nenhum ponto concreto. Continuamos reivindicando e exigindo respostas que, até agora, não vieram: por exemplo, a isenção de imposto de renda na PLR", resumiu o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique.
O deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulinho da Força (PDT-SP), informou que a negociação para isentar os trabalhadores do desconto de Imposto de Renda sobre a PLR está avançada no Congresso, com duas propostas de emenda à Medida Provisória 556, mas depende de sinalização do Palácio do Planalto. "O ministro da Fazenda, Guido Mantega, diz que está estudando o assunto há um ano – parece aluno ruim", brincou.
Segundo Paulinho, a presidenta reconheceu o risco de desindustrialização, "deu uma aula de economia" aos sindicalistas, mas não anunciou medidas imediatas para conter o enfraquecimento da indústria nacional diante do aumento das importações, impulsionado pela valorização do real.
Eu fiquei satisfeito com o discurso dela, só que a prática do governo é outra. É um governo lento, demorado. Enquanto as empresas estão quebrando, e está começando a ter desemprego na área industrial, a avaliação da presidenta é altíssima. O problema é a indústria. A indústria brasileira está quebrando, e as medidas do governo são lentas", disse ele.
De acordo com o presidente da Força, o único resultado concreto da reunião de hoje foi uma declaração da presidenta sobre a guerra cambial. "Ela disse: 'Quem apostar no câmbio, vai perder. Se for preciso, meu governo vai editar uma medida provisória toda semana para garantir que o câmbio não se valorize'", relatou Paulinho.
As reivindicações dos sindicalistas e a desindustrialização voltarão a ser discutidas entre governo e centrais na próxima semana, em reuniões com os ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e da Fazenda, Guido Mantega.
Até chegar a um acordo, as centrais pretendem realizar mobilizações nacionais para cobrar avanços nas negociações. Entre elas, está prevista uma paralisação de metalúrgicos de São Paulo, na próxima semana.
Na tarde desta segunda, 7 de julho, o Sindec deu mais um passo importante na luta pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, com a entrega de 10.249 assinaturas do abaixo-assinado em apoio ao PL 67/2025, de autoria da deputada federal Daiana Santos (PCdoB-RS).
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Na última quinta-feira (26) a categoria aprovou por unanimidade a prestação de contas do exercício 2024 e o parecer do Conselho Fiscal do Sindec-POA durante Assembleia realizada de forma híbrida, presencial e virtual.
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Diante da prorrogação do início da obrigatoriedade das medidas para proteção da saúde mental no ambiente de trabalho por mais um ano, passando de 2025 para 2026, Clàudio Janta, Secretário-Geral do Sindec-POA, declarou que a decisão não surpreende.
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