Após marcha, centrais vão pressionar Dilma
Gabriella Oliveira

Um documento também vai ser elaborado em conjunto para ser entregue à presidente Dilma Rousseff.

Cerca de 40 mil pessoas, segundo os organizadores,  participaram no dia 9 de abril, da 8ª Marcha da Classe Trabalhadora em  São Paulo. A passeata, que saiu da Praça da Sé, tomou as ruas do Centro e seguiu até o Masp, na Avenida Paulista, foi chamada pela Força Sindical, CUT, CGTB, CTB, UGT e Nova Central. O objetivo  dos sindicalistas foi chamar a atenção da sociedade e principalmente dos governantes para temas considerados prioritários para a classe trabalhadora.

Um documento também vai ser elaborado em conjunto para ser entregue à presidente Dilma Rousseff. Representantes do Congresso e os candidatos ao Palácio do Planalto vão ser procurados pelos sindicalistas. Os primeiros, para pressionar os líderes partidários a colocarem projetos considerados prioritários em votação. Os presidenciáveis, para se comprometerem com as propostas aprovadas ontem.

“Conseguir a aprovação destes itens depende muito da pressão das ruas porque o governo não está cedendo até agora”, disse o deputado federal  Paulinho da Força (SDD).

“Essa manifestação é uma confirmação da unidade das centrais. Existem problemas sérios e, por ser um ano eleitoral, os governantes ficam mais sensíveis. Nós vamos pressionar para votar o fim fator previdenciário porque, se for para plenário,  a gente ganha”, afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical.

Essa é a opinião também de Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo. Ele crê que as oito marchas já realizadas  ajudam a pressionar o governo a ouvir os trabalhadores. “Se não tiver resultado,  faremos outra (marcha) maior ainda em Brasília”, ameaçou  o comerciário. Para ele, a redução da jornada de trabalho é  item fundamental para sua categoria.  “Todas os temas levantados são relevantes, mas o mais urgente é reduzir a jornada. Com isso, os trabalhadores do comércio podem ter uma melhor qualidade de vida, ter tempo para estudar, se qualificar.”

Segundo Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), a manutenção da política de valorização do salário mínimo e impedir a “pauta negativa” são atitudes emergenciais que mostrariam que o governo está interessado em voltar a dialogar com a população. “O  mínimo é a base  de emprego e renda. Temos de ver qual candidato (presidenciável) vai se comprometer em manter a valorização. Além disso,  é muito importante barrar   o projeto que acaba com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)”, disse ele.

Fonte: Diário de São Paulo

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