Cerca de 40 mil pessoas, segundo os organizadores, participaram no dia 9 de abril, da 8ª Marcha da Classe Trabalhadora em São Paulo. A passeata, que saiu da Praça da Sé, tomou as ruas do Centro e seguiu até o Masp, na Avenida Paulista, foi chamada pela Força Sindical, CUT, CGTB, CTB, UGT e Nova Central. O objetivo dos sindicalistas foi chamar a atenção da sociedade e principalmente dos governantes para temas considerados prioritários para a classe trabalhadora.
Um documento também vai ser elaborado em conjunto para ser entregue à presidente Dilma Rousseff. Representantes do Congresso e os candidatos ao Palácio do Planalto vão ser procurados pelos sindicalistas. Os primeiros, para pressionar os líderes partidários a colocarem projetos considerados prioritários em votação. Os presidenciáveis, para se comprometerem com as propostas aprovadas ontem.
“Conseguir a aprovação destes itens depende muito da pressão das ruas porque o governo não está cedendo até agora”, disse o deputado federal Paulinho da Força (SDD).
“Essa manifestação é uma confirmação da unidade das centrais. Existem problemas sérios e, por ser um ano eleitoral, os governantes ficam mais sensíveis. Nós vamos pressionar para votar o fim fator previdenciário porque, se for para plenário, a gente ganha”, afirmou Miguel Torres, presidente da Força Sindical.
Essa é a opinião também de Luiz Carlos Motta, presidente da Federação dos Empregados no Comércio do Estado de São Paulo. Ele crê que as oito marchas já realizadas ajudam a pressionar o governo a ouvir os trabalhadores. “Se não tiver resultado, faremos outra (marcha) maior ainda em Brasília”, ameaçou o comerciário. Para ele, a redução da jornada de trabalho é item fundamental para sua categoria. “Todas os temas levantados são relevantes, mas o mais urgente é reduzir a jornada. Com isso, os trabalhadores do comércio podem ter uma melhor qualidade de vida, ter tempo para estudar, se qualificar.”
Segundo Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores do Brasil), a manutenção da política de valorização do salário mínimo e impedir a “pauta negativa” são atitudes emergenciais que mostrariam que o governo está interessado em voltar a dialogar com a população. “O mínimo é a base de emprego e renda. Temos de ver qual candidato (presidenciável) vai se comprometer em manter a valorização. Além disso, é muito importante barrar o projeto que acaba com a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho)”, disse ele.
Fonte: Diário de São Paulo