Alimentos mais baratos em 2011 derrubaram a inflação percebida pelas famílias de baixa renda no ano. A variação de preços neste setor acumulou alta de 5,45%, enquanto em 2010 o aumento havia sido de 11,03%.
Porém, foi justamente o item alimentação o que mais contribuiu para o avanço de preços entre os mais pobres entre novembro e dezembro.
A variação do Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1), que abrange famílias com renda de até 2,5 salários mínimos mensais, desacelerou de 11,33% para 5,98% de 2010 para 2011. Mas, de novembro para dezembro, o indicador dobrou, de 0,5% para 1%, com grande contribuição do grupo alimentação, que passou de 0,63% para 1,74% entre um mês e outro.
No ano passado, a perda de dinamismo da economia global e a piora da crise europeia levaram ao arrefecimento dos preços das commodities, em particular as agropecuárias. Os alimentos ficaram mais baratos no mercado doméstico. Ao mesmo tempo, não houve quebras de safras expressivas no País, que poderiam causar redução na oferta.
Mas, de novembro para dezembro, aspectos sazonais como maior consumo de carnes e períodos de entressafra de alguns produtos levaram a uma redução de oferta em itens mais consumidos na cesta básica dos mais pobres.
Perspectiva. Para 2012, a perspectiva é de inflação mais baixa, já que os alimentos devem continuar mais em conta para o consumidor. Entre as famílias mais pobres, as compras com alimentos respondem por 40% do orçamento mensal. Ou seja: a trajetória da inflação dos alimentos determina o IPC-C1.
"Os preços dos alimentos in natura podem subir mais no começo do ano, como sempre sobem, devido a problemas climáticos. Mas isso não vai impedir que, em um horizonte mais longo, os preços dos alimentos como um todo sigam trajetória mais bem comportada", acrescentou.
Fonte: Estadão