A saúde mental dos trabalhadores pede socorro
Gabriella Oliveira

Estatísticas da OMS apontam que uma a cada cinco pessoas no trabalho podem sofrer de algum problema de saúde mental.

Os últimos dois anos têm sido marcados por muitos desafios para todos. A pandemia trouxe à tona problemas já existentes na nossa sociedade, porém pouco discutidos, como por exemplo, a saúde mental dos trabalhadores que, cada vez mais tem mostrado sua fragilidade em acontecimentos que infelizmente se associam à violência.

É o que temos acompanhado diante dos seguidos acontecimentos de truculência envolvendo seguranças de redes de supermercados, tanto aqui no Estado como em outras cidades brasileiras. Um dos mais chocantes culminou com a morte de João Alberto Silveira Freitas, espancado pelos seguranças do Carrefour aqui na capital no ano passado.

Casos de agressões e constrangimento envolvendo esse setor ainda continuam acontecendo o que deve servir de alerta para se combater a raiz do problema. Que os envolvidos devem ser punidos não temos dúvidas, porém acreditamos que medidas de prevenção podem fazer a diferença para que casos como esse não voltem a se repetir.

Estatísticas da OMS apontam que uma a cada cinco pessoas no trabalho podem sofrer de algum problema de saúde mental. Esses problemas vão impactar diretamente no ambiente de trabalho. É por essa razão que ao longo de sua trajetória o Sindec Porto Alegre atua através do setor de Segurança e Medicina do Trabalho de forma preventiva. No último ano os atendimentos do setor não se limitaram apenas aos trabalhadores, mas também se colocou à disposição para orientar as empresas em como proceder diante da maior crise sanitária dos últimos tempos.

Além da questão da saúde, acreditamos que os empregadores devam investir numa melhor capacitação com foco em direitos humanos e cidadania, para que seus funcionários e terceirizados, estejam preparados para lidarem com situações adversas sem usarem da violência como recurso. Mudar essa realidade é um desafio que envolve o esforço de todos os atores envolvidos nas relações trabalhistas. É uma urgência de saúde, cidadania e consciência.

Nilton Neco, Presidente do Sindec-POA

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