A desumanidade no mercado de trabalho
Nilton Neco

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São tempos difíceis para a classe trabalhadora. Vivemos sob os efeitos dos impactos causados pela pandemia que, infelizmente, potencializam as mazelas que sempre assolaram o mercado de trabalho.

Somado a isso, ainda temos dois fatores determinantes que ameaçam direitos e a dignidade dos trabalhadores: a flexibilização dos direitos trabalhistas e a terceirização desenfreada sem a responsabilização das empresas tomadoras de serviço.

Lá em 2020, o Ministério Público do Trabalho (MPT) já alertava para o possível aumento do trabalho escravo, devido ao desemprego e a ameaças de recessão global, o que levaria as pessoas ficarem mais suscetíveis ao aliciamento.

Para a nossa revolta, essa perspectiva infelizmente se confirmou ao longo desse período pandêmico. Na última semana, por exemplo, tivemos a notícia de mais de 200 trabalhadores submetidos a condições análogas à escravidão para vinícolas em Bento Gonçalves. A operação de resgate foi a maior já registrada na história do Rio Grande do Sul.

Em tempos atuais, é inadmissível que ainda exista o trabalho escravo. Mais do que nunca esse tipo de crime nos leva a uma importante reflexão sobre a necessidade de prevenção, denúncia e fiscalização; e sobre outro aspecto imprescindível: a ação da estrutura sindical na defesa dos trabalhadores.

Os sindicatos são a resistência e proteção diante das ameaças e injustiças enfrentadas pelos trabalhadores, sobretudo em tempos de crise econômica.

Nesse contexto, o fortalecimento dos acordos e das negociações coletivas com a participação das entidades sindicais é fundamental. E isso só se faz com a consciência e a união dos trabalhadores junto ao seu sindicato, encorpando a luta por condições de trabalho decentes e uma vida digna.

Ao longo de 90 anos de história o Sindec-POA consolidou a sua representatividade com uma postura firme e atuante, não só no que diz respeito à melhores condições salariais, mas também a garantia de benefícios sociais através das negociações.

Sabemos que ainda temos muita luta pela frente, mas seguiremos firmes e fortes defendendo os trabalhadores.

Quem une, conquista!

Nilton Neco,

Presidente do Sindec-POA

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