Propostas que interessam a quem?
Gabriella Oliveira

Artigo do Secretário-geral do Sindec, Clàudio Janta

A última notícia sobre as novas medidas que estão sob análise do governo federal traz à tona mais incertezas. Uma trata sobre a permissão para que os trabalhadores usem o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para quitar as dívidas. A outra é sobre liberar os recursos dos depósitos compulsórios para refinanciamento de dívidas de pessoas físicas e jurídicas.

São medidas totalmente infundadas que surgem em um momento caótico da economia brasileira somente para aumentar ainda mais o privilégio do capital especulativo dos bancos.

Certamente estas medidas também não levam em consideração o crescente nível de desemprego – atualmente estimado em 12 milhões. Permitir o uso do FGTS para pagar dívidas embute o risco de o trabalhador ficar sem uma reserva financeira futura, muitas vezes assegurado com o resgate do FGTS em momentos de necessidade, como doença grave ou desemprego. No entanto, empréstimo de banco não é direito social básico. Seria uma inversão de valores na solução do endividamento dos consumidores.

Mais parece que o propósito do governo federal é jogar o peso da crise sobre os assalariados, favorecer os rendimentos do capital financeiro especulativo investido no Brasil, que representa uma ínfima camada da população.

A crise atual do país permanece enraizada na fraqueza econômica, refletida na perda da confiança dos investidores e a depreciação acentuada do dinheiro. Mas o caminho para o Brasil voltar aos trilhos não é privilegiar os banqueiros e os detentores do capital. A atenção precisa ser totalmente voltada à aplicação de medidas que reduzam os juros, tragam mais incentivas para a indústria nacional, a agricultura familiar, o setor primário, estimulem a produção e o consumo. Assim a economia cresce e consequentemente gera mais empregos e cria condições para que o Brasil se revigore.

Clàudio Janta

Secretário-geral do Sindec-POA

Voltar pro topo