Balanço das negociações dos reajustes salariais no primeiro semestre de 2009
Régis Araújo

As negociações salariais realizadas, no Rio Grande do Sul, no primeiro semestre de 2009 revelaram que 80,6% das convenções coletivas de trabalho resultaram em ganho real para os trabalhadores, ou seja, fixaram índices de reajustes superiores aos percentuais necessários à reposição de perdas salariais em cada data-base. Em 16% dos casos, o reajuste foi igual ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) calculado pelo IBGE, do período. O resultado observado é melhor se comparado com mesmo período do ano anterior, onde 75% das categorias conseguiram ganho real.

No entanto, após os três últimos anos em que 100% dos reajustes resultaram em percentuais iguais ou superiores ao INPC, o primeiro semestre de 2009 registrou que, 3% das negociações salariais não conquistaram reajustes suficientes para recuperar o poder de compra dos salários de 2008. Por outro lado se destaca uma concentração dos reajustes próximos ao índice de inflação: 58,1% conquistaram ganhos entre 0,01 a 1,0 p.p. e 22,6% conseguiram reajustes de 1,01 a 2,0 p.p. Em 2008, além de 20,5% das convenções fixarem aumentos acima de 2pp, a concentração se posicionou entre 1,01pp e 2pp.

Comparando os setores de atividade entre si, constata-se que tanto a indústria quanto o comércio apresentaram resultados satisfatórios, tendo totalidade dos acordos firmados reajustes superiores ao INPC. No setor de serviços o percentual de categorias que atingiram ganhos foram iguais as que obtiveram apenas o INPC (45,5%), e 9,1% não conseguiram repor a inflação. O painel contempla o Estado do Rio Grande do Sul em diversos setores da economia. Entre os setores, 60,6% das informações originaram-se da indústria, 33,3%, da esfera de serviços e 6,1%, do comércio.

Mais de um terço dos documentos analisados (35,5%) concentrou-se na data-base maio, seguido dos meses de janeiro (25,8%) e março (12,9%). As datas-base de março e junho apresentaram uma concentração de 9,7% e abril de 6,5%.

No Brasil aproximadamente 77% dos reajustes salariais analisados ficaram acima do INPC-IBGE. No ano anterior, a proporção foi relativamente menor: cerca de 72%, 5 pontos percentuais (pp) a menos. Quanto aos reajustes iguais ao índice, observa-se um aumento de 1 pp em 2009. Dito de outra forma, houve significativa redução na proporção dos reajustes insuficientes para recuperar o poder de compra dos salários em 2009.

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